Dentro da economia brasileira, a produção pecuária merece grande destaque, tanto que já faz alguns anos que temos o maior rebanho comercial do mundo. Fechamos 2018, por exemplo, com mais de 232 milhões de animais. O volume de abate de bovinos no país também é outro ponto bastante representativo.
Apesar de 3 anos de quedas consecutivas (2014 a 2016), os últimos 2 anos (2017 e 2018) mostram que houve recuperação do número de abate de bovinos no Brasil, mostrando uma importante recuperação desse setor.
Saiba mais sobre o comportamento do volume de abate de bovinos no Brasil e veja como esses dados estão impulsionando a produção de toda a pecuária de corte brasileira, além das áreas a ela correlacionadas.
Pecuária brasileira: movimento cíclico de abates
A pecuária de corte brasileira tem um comportamento bastante cíclico, tanto na variação do custo da arroba, quanto no número de abates. Muitos fatores influenciam as altas ou baixas taxas de abate, tais como o ritmo de abate ou retenção de vacas, demanda interna e externa e valor pago pela arroba.
Mas, mesmo sendo cíclico, os números mostram que desde 1997, a evolução do abate de bovinos no Brasil foi de 127%, como visto no gráfico a seguir.
Fonte: http://www.farmnews.com.br/historias/evolucao-do-abate-de-bovinos/
Como vemos, o comportamento é bastante cíclico, mas o gráfico nos mostra que nos últimos 20 anos, a evolução do abate de bovinos no Brasil representa um crescimento bastante intenso, chegando a uma média anual próxima dos 6% ao ano.
Os números mais recentes mostram que a pecuária de corte brasileira vive um momento de alta no volume de abate de bovinos no Brasil, como veremos a seguir.
Abate de bovinos: Altas consecutivas mostram a força do setor
Fechamos o ano de 2018 com 31,90 milhões de cabeças de bovinos abatidas, um aumento de 3,4% (1,03 milhões de cabeças) quando comparado ao ano de 2017. Essa foi a segunda alta consecutiva na série histórica anual, depois de três anos de quedas consecutivas.
Esse crescimento no abate de bovinos foi impulsionado por aumentos em 17 das 27 Unidades da Federação, sendo que alguns estados tiveram resultados mais expressivos, como (dados de 2018):
- Mato Grosso: +414,73 mil cabeças;
- Rio Grande do Sul: +205,13 mil;
- Paraná: +157,50 mil;
- Rondônia: +125,93 mil;
- São Paulo: +122,73 mil;
- Tocantins: +86,94 mil;
- Santa Catarina: +44,32 mil;
- Minas Gerais: +33,88 mil; e
- Goiás: +27,90 mil.
Nesta conjuntura, Mato Grosso continua mantendo sua liderando o ranking de estados produtores, com 16,4% da participação nacional, seguido por seus vizinhos do Centro-Oeste: Mato Grosso do Sul (10,3%) e Goiás (10,1%).
Alguns estados também tiveram quedas mais intensas, como:
- Mato Grosso do Sul (-142,20 mil cabeças);
- Pará (-27,89 mil);
- Maranhão (-25,60 mil); e
- Espírito Santo (-23,15 mil).
Mas no geral, a pecuária de corte brasileira vai muito bem.
A exportação baterá recorde em receita e volume em 2019
Além de deter o maior rebanho comercial do mundo, a pecuária de corte brasileira também tem o status de um dos grandes exportadores mundiais de carne bovina. E as expectativas é que em 2019, a exportação de carne bovina baterá seu recorde histórico.
Esse crescimento será impulsionado principalmente pela China, principal destino dos embarques brasileiros de carne bovina e que pretende aumentar as importações de carne brasileira neste ano.
Segundo projeção da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), ao ampliar suas compras em 2019, a China ajudará o Brasil a bater o recorde de exportação tanto em volume quanto em receita.
A Abiec estima um crescimento – em relação a 2018 – de 10,7% em 2019, para 1,8 milhão de toneladas e de 11% em receita, para US$ 7,2 bilhões.
Em 2018, a China já teve uma participação significativa no crescimento das exportações, respondendo por 44% dos embarques, considerando também as exportações que têm Hong Kong como destino. No ano de 2018 os embarques para o país asiático somaram US$ 1,5 bilhão com a venda de 320 mil toneladas neste ano.
O alto volume de abate de bovinos impulsiona outros setores
Todo esse momento de alta no volume de abates de bovinos no Brasil vem sendo muito importante para abastecer a economia tanto no mercado interno quanto externo. Mas além da pecuária, há outros setores que naturalmente se abastecem com o aumento de abate de bovinos.
Um desses setores é o couro. Em 2018, os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro (que curtem pelo menos 5 mil unidades inteiras de couro cru bovino por ano) declararam ter recebido 35,10 milhões de peças inteiras de couro cru bovino, uma alta de 3,0% em relação a 2017, crescimento expressivo que pode se repetir em 2019.
Outro setor que também tente a se beneficiar é a reciclagem animal, visto que quanto mais animais abatidos, maior será o volume de resíduos e subprodutos, tais como ossos, sangue e vísceras. Esse momento reforça o atual momento da reciclagem animal no país, que está em franca evolução.
Hoje o país é o 12º maior exportador de farinhas e gorduras de origem animal e as perspectivas para o setor são as melhores possíveis diante do aumento do volume de abate de bovinos no país.
Gostou? Então aproveite e veja quais são as expectativas para a exportação de carne de frango e suína em 2019.