A produção animal brasileira é uma atividade reconhecida mundialmente, estamos entre os líderes mundiais tanto na produção quanto na exportação de uma grande variedade de produtos cárneos. E a reciclagem animal está entre os maiores lucros no Brasil também.
Em razão desse sucesso há uma série de outras cadeias que se desenvolvem e crescem no país para abastecer esse mercado. É o caso das fábricas de insumos, medicamentos, tecnologia e afins, que dão base para a produção. Porém, sempre fica uma dúvida: O que fazer com os “restos” dos animais de frigoríficos e abatedouros?
A respostas é simples, mas desconhecida do grande público. Para os restos animais há outro nicho de mercado em franca ascensão, mas que ainda é pouco disseminado no país, mesmo podendo trazer muitos lucros.
Pouca gente sabe, mas anualmente a reciclagem animal representa um mercado que movimenta quase R$ 8 bilhões numa ramificação da produção animal que processa 12,4 milhões de toneladas de matéria crua e produz 5,3 milhões de toneladas de farinhas e gorduras, que inclusive são exportados.
Saiba como obter lucro com esse mercado com tendência de forte crescimento nos próximos anos.
Reciclagem animal: O que pode ser reciclado?
Certamente, você conhece aquela famosa frase “Do boi, nada se perde, tudo se transforma”. Será essa frase verdadeira?
Com a reciclagem, essa frase é totalmente verdadeira e pode até ser estendida para aves, suínos, peixes e demais animais de produção. Tudo pode ser reaproveitado e transformado em um coproduto que tenha valor agregado!
Afinal, além das carnes tradicionalmente consumidas, podemos utilizar os rejeitos dos abatedouros (sangue, ossos, casco, penas, couro, vísceras, etc.) transformando-os em diversos outros produtos, caso das farinhas de origem animal (FOA) e dos óleos.
Além disso, a reciclagem animal não se resume a transformar resíduos animais em farinhas ou gorduras. Esse mercado é mais amplo e atende outras áreas que não tenham relação direta com a produção animal.
É o caso da produção de detergente e sabão produzidos a partir do sebo e do pelo da orelha que é utilizado em pincéis; as tripas que se transformam em embutidos; gelatinas produzidas a partir do colágeno. Até a veia aorta é usada pela medicina.
Tudo pode ser transformado para gerar valor!
Para frigoríficos são restos. Para graxarias são matérias-primas
Como já dito, em geral, o setor frigorífico brasileiro gera mais de 12 milhões de toneladas de resíduos animais que não são consumíveis. Mas para o setor da reciclagem animal estes resíduos representam valiosas matérias-primas.
Dessa forma, para gerar renda, os resíduos são processados em unidades industriais conhecidas como graxarias, que também recebem o nome de plantas de rendering (que por tradução direta, Rendering significa “Derreter”).
Estas são destinadas a processar restos de carcaças, aparas de carnes, tendões, gorduras e ossos e a partir disso produzir FOA, adubos, óleos, sebo e gorduras industriais.
As unidades industriais de reciclagem animal costumam estar dispostas em duas diferentes ocasiões:
a) Unidades integradas aos frigoríficos: realizam o processamento do sangue capturado, vísceras, sebo e restos fragmentados de ossos e carnes em plantas localizadas na própria unidade fabril;
b) Unidades independentes: fazem todo o processamento de resíduos animais oriundos de açougues, casas de carne, supermercados, hotéis e restaurantes, sendo localizadas de forma independente a esses estabelecimentos.
Nestas graxarias, a matéria animal passa por uma série de transformações físicas e químicas em processos que envolvem aquecimento, desidratação, separação e moagem de ossos, carnes, gorduras e demais resíduos.
Como ganhar dinheiro com a reciclagem animal?
O setor de reciclagem animal se preocupa em dar um correto destino aos resíduos decorrentes do processo de abate, evitando maiores impactos ambientais. Por si só, este já representa um importante benefício que o setor traz à sociedade.
Entretanto, além da questão ambiental, a transformação desses resíduos costuma também gerar muita renda, trazendo ganhos socioeconômicos ao setor. Mas para “ganhar dinheiro” com a reciclagem, alguns cuidados precisam ser tomados.
O processo de reciclagem animal começa com uma eficiente e pontual coleta da matéria-prima junto ao fornecedor. Essa matéria-prima deve sempre ser originária de estabelecimentos com fiscalização dos órgãos de inspeção, seja ele municipal, estadual ou federal.
Além da matéria-prima de qualidade, a unidade industrial (ou a planta de rendering) destinada à reciclagem deve dispor de equipamentos de alto desempenho e eficiência que “cozinham” carcaças e resíduos animais a temperaturas elevadas, por um tempo previamente determinado.
Por fim, os responsáveis pelo setor devem sempre priorizar a máxima qualidade no processamento dos subprodutos, com capacidade de rastreamento e alto padrão qualitativo.
Tais fatores são fundamentais para que essa indústria de reciclagem obtenha lucros e contribua com a questão sustentável da produção animal, visto que o setor, apesar de ainda ser visto como uma “indústria invisível”, tem papel fundamental para com a utilidade pública e à sustentabilidade.
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